domingo, 5 de junho de 2011

Campanha contra a fome mundial

Campanha contra a fome mundial


Entidades internacionais pedem mudanças urgentes

Por Carlos Antonio (*)
carlos.antonio@arcauniversal.com

Recentes estudos realizados por organismos internacionais preveem que o preço dos alimentos da cesta básica, como o milho, deverá duplicar nos próximos 20 anos. Para os especialistas, metade deste aumento será devido à mudança climática e isso afetará principalmente as pessoas mais pobres que gastam até 80 por cento de sua renda em alimentação.

A situação já é grave em vários continentes. Na África Oriental, por exemplo, cerca de oito milhões de pessoas, na grande maioria mulheres jovens e adultas, enfrentam a escassez crônica de alimentos. E até 2050, se prevê um aumento de 70 % na demanda por alimentos enquanto a capacidade de produção está em declínio.

Para tentar amenizar o problema, o Comitê de Oxford de Combate à Fome (Oxfam Internacional), entidade que funciona desde 1942 em mais de 100 países, lançou a campanha “Cresça” em 37 nações. O objetivo é que os governos, empresas e cidadãos passem a discutir o sistema de produção, distribuição e consumo de alimentos no mundo. E propõe medidas para um futuro em que todos tenham como se alimentar sem que isso provoque um esgotamento dos recursos naturais.

No Brasil, a campanha da Oxfan recebeu o apoio do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) que colocou em seu site o vídeo promocional da campanha em português. Durante os próximos quatro anos outros países farão parte do movimento e questões mais específicas relacionadas ao sistema produtivo serão motivo de pesquisa.


Para Jeremy Hobbs, Diretor Executivo da Oxfam, apesar de o planeta ainda ser capaz de alimentar toda a humanidade, atualmente uma em cada sete pessoas ainda passa fome. Ele explica que à medida que os impactos da mudança climática tornarem-se cada vez mais severos e os suprimentos de água potável e terras férteis tornarem-se cada vez mais escassos, a tarefa de alimentar o mundo se tornará cada vez mais difícil.

Depois de décadas de progresso na luta contra fome, a situação vem piorando nos últimos anos, segundo dados da Oxfam, devido a um sistema alimentar falido e à crise ambiental que fizeram disparar o preço dos alimentos. Ao lançar uma campanha mundial,a organização pretende convencer os governantes a alterar a forma de produzir e distribuir os alimentos.

Para o dirigente da entidade, os governos vêm colocando os interesses dos grandes negócios e das poderosas elites acima dos interesses de uma população mundial de sete bilhões produtora e consumidora de alimentos. Ele espera que as grandes potências (G20), que vão se reunir na França ainda este ano, iniciem o processo de transformação do sistema alimentar mundial.

Jeremy Hobbs sugere que as nações invistam nas 500 milhões de propriedades agrícolas de pequena escala nos países em desenvolvimento, pois oferecem maior potencial para o incremento da produtividade agrícola mundial, além de auxiliá-los na adaptação às mudanças climáticas. E reformular as políticas incoerentes de biocombustível para manter os preços dos alimentos sob controle.

Na nova campanha, Hobbs garante que recebeu apoios de personalidades como o ex-presidente do Brasil Luis Inácio Lula da Silva e da atriz Scarlett Johansson.

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