terça-feira, 26 de julho de 2011

O Desafio da Restauração

O Desafio da Restauração

Texto: Jeremias 18:1-10

Querendo dar a Seu povo uma mensagem de conforto e esperança, Deus ordenou a Jeremias que fizesse uma visita à casa do oleiro. Ao chegar ao local indicado por Deus, o profeta se depara com o seguinte quadro: “o vaso, Que ele fazia de barro, se estragou na mão do oleiro...” (Jer. 18:4, 1° parte).

Este não é um quadro brilhante! Não é uma situação agradável! Ela indica frustração, desapontamento! Por outro lado, ao refletir sobre o fato, vemos que se trata de uma situação familiar. Todos nós, de uma forma ou de outra, estamos envolvidos na figura do vaso quebrado...

São planos quebrados! Relacionamentos despedaçados! Existem famílias que estão quebradas (não possuem mais nenhum ponto de união). Existem casamentos que estão aos cacos. E existem jovens que estão com a vida em frangalhos espirituais – desestruturados emocional e espiritualmente falando.

Para todos estes, a primeira grande lição na visita de Jeremias à casa do oleiro é: Reconhecem a fragilidade e inconsistência da vida que vocês levam! Reconheçam os cacos! O reconhecimento é essencial. Pois, como disse alguém, “Deus conserta um coração partido, se entregarmos nas Suas mãos todos os pedaços”.

Restauração Assegurada
A beleza desta mensagem, dada por Deus a Jeremias, reside na certeza de que há esperança em meio ao caos, existe possibilidade de restauração – mesmo em meio ao pó e escombros.

Jeremias diz que “o vaso ... se estragou na mão do oleiro’. Aqui está a grande mensagem de esperança. Aqui está, a garantia divina de perdão, libertação e restauração. Aqui está, nesta simples frase, a natureza, o poder e o alcance do Evangelho. Aqui está o que Deus pode, quer e irá fazer em sua vida.

Deus pode nos alcançar — e Ele quer alcançar-nos. Deus pode reestruturar a nossa vida — no plano social, no plano afetivo, no plano emocional e no plano espiritual — e Ele quer fazer isso. Deus pode mudar, radicalmente, o quadro da minha e da sua vidal
Jeremias diz que “o vaso se estragou na mão do oleiro”. Embora danificado, o vaso não caíra fora da área de ação do artífice! O vaso se quebrou na mão do oleiro. Isso significa que embora caídos e quebrados, espiritualmente falando, nós não estamos fora dos limites do amor de Deus.

Nós não estamos fora dos limites do Seu perdão! Nós não estamos fora dos limites de sua aceitação! Nós não estamos fora dos limites do Seu poder transformador! Nós não estamos fora dos limites da sua misericórdia! Nós não estamos fora dos limites da Sua salvação!

Novo Começo

Geralmente, as pregações que ouvimos apresentam Deus numa atitude tão dura e inflexível que desestimula uma franca confissão de fracasso e a busca da renovação espiritual. Mas, esse texto mostra a paciência de Deus e o Seu interesse em restaurar aos homens as misericórdias que eles perderam. Deus dá aos seres humanos uma nova chance de renovar a graça que eles usaram mal. Deus nos concede a certeza de que cada dia pode representar um novo começo — uma nova vida.

Experiência: Quando falo isso, me vem à mente a figura de Fabrício — um jovem com pouco mais de 20 anos que tinha a sua vida destroçada pelas drogas. De usuário passara a traficante e, como todos que entram nesse ramo perigoso, corria o risco de a qualquer hora ser morto num acerto do tráfico.

Mas foi com a vida esbagaçada, corroída pelo pecado, que Fabrício foi alcançado pelo poder do Evangelho. A velha vida repleta de fracassos, frustrações, depressão e medo — foi abandonada; surgia um novo ser: um jovem transformado.

Fabricio, foi batizado no Batismo da Primavera de 1997 e, hoje, é membro ativo do Grupo de Soteco 1, em Guarapari, Espírito Santo. Hoje, o seu semblante feliz irradia pureza e santidade, próprios de uma pessoa transformada por Jesus.

Um Vaso Melhor

No livro Seu Destino é a Cruz, o autor, Paul Bilheimer, faz um lindo comentário acerca desse fato: “Durante anos vivi sob a impressão de que o segundo vaso que o oleiro fez era menos belo e menos útil do que o primeiro que se estragara. Mas, alguém que trabalha com cerâmica, me disse que o segundo vaso, resultante de um fracasso, pode ser até melhor do que o originalmente proposto. O trabalho extra com o barro torna-o mais maleável e mais fácil de ser trabalhado, e, por isso, o segundo vaso pode até ser mais belo que o primeiro”.

A terceira — das mais positivas mensagens que tratam com nossas folhas, fracassos e frustrações — é apresentada por Deus enquanto Jeremias observa o oleiro remodelar outro vaso de barro:”Não poderei Eu fazer de vós como fez este oleiro, ó casa de Israel?” (Jeremias 18:6,1° p.)

Acompanhe a lógica divina: Se, da tentativa frustrada, o oleiro pôde fazer outro vaso, melhor do que o primeiro, será que Deus não pode tomar uma vida estragada e transformá-la? Será que Deus não pode refazer um ser humano? Será que Deus não pode restaurar um jovem perdido no emaranhado do sexo — tornando-o um modelo de santidade? A resposta é dada no fim do verso 6: ‘Eis que, como o barro na mão do oleiro, assim sois vós na minha mão, ó casa de Israel”.

Exemplos Bíblicos

Neste momento, pense nos personagens bíblicos que falharam e, mais tarde, foram restaurados. Olhe para Jacó que, depois de enganar o irmão, recebe de Deus a visão da escada e dos anjos subindo e descendo. Jacó obtém, dessa forma, a certeza de que Deus jamais o abandonara.

Veja Moisés que, depois do lamentável fracasso no começo da vida, é cuidadosamente assistido por Deus durante 40 anos no deserto e é, então, comissionado novamente para a sua tarefa original.

Considere Davi, que após seu mais terrível crime merece confiança para começar de novo. Acompanhe ainda o caso de Pedro, que negou a Jesus três vezes com maldições e juramentos, e, no entanto, foi objeto de um convite especial, da parte do próprio Jesus, para retornar ao seu antigo grupo.

Finalmente, olhe para o jovem João Marcos, que se apavorou no início da carreira evangelística, mais foi restaurado e, no final, fez um grande trabalho — digno de louvor da parte do próprio apóstolo Paulo que o rejeitara anteriormente.

Todos esses exemplos nos estimulam a crer que o passado, quaisquer que tenham sido as nossas falhas, não precisa estragar a nossa vida. Embora indesculpável, o fracasso não deve ser um obstáculo permanente— pois a graça de Deus não se esgota facilmente.

O Oleiro divino, à semelhança do oleiro visto por Jeremias, não se decepciona conosco ou desiste. “Tornou a fazer dele outro vaso”. E o segundo esforço, evidentemente, tem como resultado um vaso que agrada ao oleiro: “Segundo lhe pareceu”.

É verdade que o pecado sempre traz conseqüências negativas; mas, a graça divina é tão grande que, quando nos arrependemos, Deus anula os nossos fracassos. E o segundo vaso, a renovação da nossa vida, parece bem aos olhos do Divino Oleiro.

Não devemos, contudo, deixar de considerar que ao passo que o barro do oleiro é insensível, a argila humana não é. No caso de uma vida, a capacidade do Oleiro Divino de refazer o vaso depende da permissão da pessoa — da sua cooperação.

Deus disse a Jeremias: “Não poderei Eu fazer de vós como fez este oleiro, á casa de Israel?... No momento em que Eu falar acerca de uma nação, ou de um reino para o arrancar, derribar ou destruir, se a tal nação se converter da maldade ... Eu me arrependerei do mal que pensava fazer-lhe” (Jeremias 18:6-8).

Este princípio é igualmente válido em nossa vida. No momento em que reconhecemos um erro e nos arrependemos, Deus inverte a tendência do mal que estava para ser desencadeado. Não importa qual seja o erro ou fracasso; no momento em que a pessoa volta- se para Deus, os coisas começam a mudar.

Cura Emocional

Após fazer a correção, devemos agir como Paulo: “uma coisa faço, e é que, esquecendo-me dos coisas que para trás ficam, e avançando para as que estão adiante, prossigo para o alvo pelo prêmio da vocação celestial de Deus em Cristo Jesus” (Filip. 3:13-14).

Precisamos colocar o problema todo nas mãos de Deus (todos os cacos dos nossos fracassos) e aceitar e viver o perdão que Deus nos oferece. A partir daí o assunto já não é de nossa conta e devemos, portanto, esquecê-lo. Não temos o direito de lembrar aquilo que Deus quer esquecer!

Todos já ouviram falar de pessoas que quase perderam uma das mãos ou um dos braços, por causa de uma pequenina lasca de madeira que entrou no dedo e ali ficou até que o sangue se envenenasse. É exatamente isso o que acontece com os traumas e as pequenas feridas emocionais. Quando guardadas na memória, elas infeccionam e causam resultados mortais.

Apelo

Deus quer lhe conceder cura e restauração; é o que revela esta mensagem do profeta Jeremias. Mas talvez você ainda tenha medo. Talvez exista em seu coração o receio de entregar-se inteiramente nas mãos do Divino Oleiro — por não conseguir enxergar qual vai ser o resultado final de tudo isso.

Você se pergunta: De que adianta, eu tentei do meu modo e nada deu certo!? Não tem jeito, a minha vida está em frangalhos, nada dá certo comigo!!

Querido jovem. Experimente, agora, o modo de Deus! Experimente Jesus! Confie nAquele que melhor conhece você: o seu Criador. Deixe Que O Divino Oleiro faça Sua obra, em você! Aceite os préstimos deste Ser maravilhoso que modelou o barro, como hábil escultor, extraindo da argila, sem forma e sem nenhum atrativo, um ser magnífico – à sua imagem e semelhança, a coroa da criação.

Deixe Deus operar em você. Abandone-se nas Mãos do Mestre, o Divino Oleiro, pondo-se na certeza inabalável de que “Aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até ao dia de Cristo Jesus” (Filipenses 1:6) Amém!

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